Page 5 - Leituras e Opiniões - prof. Maria José Badalo
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O livro O Pé Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos é uma leitura
recomendada para o 9.º ano que li durante as férias da Páscoa.
O livro encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte é protagonizada por Zezé,
um menino de cinco anos, inteligente, independente, sensível e carente, que mora nos
arredores da cidade do Rio de Janeiro. Ele também é conhecido pelas suas travessuras
e é quem narra a história.
A vida de Zezé era boa, tranquila e estável. Ele vivia com a família numa casa confortável
e tinha tudo. No entanto, o seu pai ficou desempregado e a mãe teve de sustentar a casa
sendo obrigada a trabalhar na cidade. Zezé faz várias asneiras e travessuras ao longo
da história, sendo, portanto, sucessivas vezes castigado. Zezé tem vários irmãos: Glória,
Totoca, Lalá, Jandira e Luís.
Com a nova condição da família, eles são obrigados a mudar de casa e passam a ter
uma vida muito mais modesta. Vivendo num ambiente pobre, solitário e duro, Zezé
procura refugiar-se num mundo de fantasia, imaginando animais e árvores com vida. Na
sua imaginação, o rapaz cria uma amizade com um pé de laranja lima (a que chama de
Minguinho), que se encontrava nas traseiras da casa nova e que se tornou o seu melhor
amigo e grande confidente.
A segunda parte do livro gira em torno do seu outro grande amigo que é Manuel
Valadares, também conhecido como Portuga. O Portuga tratava Zezé como um filho e
dava-lhe ternura e afeto que não recebia em casa. Assim, tornava a vida de Zezé mais
feliz.
Para finalizar a história, o Portuga é atropelado por um comboio e morre. Zezé, por sua
vez, adoece. E para piorar a vida do menino, ainda decidem cortar o pé de laranja lima.
Esta história retrata como os problemas dos adultos podem acabar por negligenciar as
crianças e como elas reagem a esse abandono refugiando-se num mundo muito próprio
e criativo. Zezé era vítima de violência física e psicológica por parte dos pais e irmãos.
Gostei de ler este livro, pois, apesar de ser uma história triste, Zézé conseguiu sempre
com as suas ações e brincadeiras tornar o livro interessante.
Ana Carrilho, n.º 2