Calecute no tempo da chegada dos Portugueses
A cidade era dirigida pela dinastia dos samorins do antigo Estado hindu de Calecute, localizado no que é hoje o Estado indiano de Kerala.
Esta região era caracterizada pela existência de pequenos reinos hindus, de vocação mercantil, que constituíam importantes agentes do comércio de especiarias. Sendo uma região produtora de especiarias, nomeadamente a pimenta e o gengibre, os seus mercados recebiam igualmente outros produtos asiáticos, como a canela do Ceilão e as especiarias finas da Insulíndia, assumindo desta forma um papel de concentração e redistribuição das especiarias, acorrendo a estes portos mercadores árabes e persas em demanda destes produtos.
Atingir Calecute constituía o objetivo principal da viagem; D. Manuel I teria escolhido a cidade para termo da aventura a partir das presumíveis informações que o seu antecessor recebera de Pêro da Covilhã; este, que ali estivera no final da década anterior, não podia ter deixado de verificar que a cidade era um entreposto vital em todo o comércio do Oriente, disseminado por uma complexa rede que penetrava no golfo Pérsico e no mar Vermelho, outra que se dirigia para o golfo de Cambaia, e ainda outras duas para Bengala e para Malaca - sendo esta decerto a mais importante do ponto de vista abastecedor de mercadorias.
O plano do rei de Portugal era interferir nesta complicada teia de relações e tomar a sua orientação. Naquele momento, porém, apenas cumpria a Vasco da Gama tomar contacto direto com a terra e com o rei de Calecut, e negociar com este um acordo comercial, instalando ali uma feitoria portuguesa, se tal fosse possível, a fim de iniciar o comércio das especiarias. A Armada tinha como outro objectivo, o encontro com os cristãos que se imaginava existir naquelas paragens.
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Calecute