Complexo Real de Vale de Zebro e Museu do Fuzileiro
Escola de Fuzileiros Navais do Vale de Zebro – Instalado no antigo edifício dos Fornos de Biscoito do Complexo Real de Vale de Zebro, sécs. XV-XIX.
Gerido diretamente pela coroa, o Complexo Real de Vale de Zebro era constituído por 27 fornos de cozer biscoito, armazéns de trigo, cais de embarque e um moinho de maré de 8 moendas – o moinho D’el Rei, o maior da região -, além de vastas áreas de pinhal circundante.
Ao nível local o Complexo de Vale de Zebro influenciou positivamente Palhais contribuindo para o seu desenvolvimento, atraindo uma elite de funcionários da coroa como Almoxarifes, Feitores, Escrivães, Mestres do Biscoito, Biscouteiros, etc.
Por outro lado, estas atividades exigiam grandes quantitativos de mão-de-obra. Nesse contexto, a Coroa recorreu à importação de escravos, empregues quer no Complexo Real, quer como escravos domésticos nas casas senhoriais. Em 1553 a quantidade de escravos era tal, que existia na Igreja de Nª Sª da Graça uma «Confraria do Rosário dos Homens Pretos».
Com o Terramoto de 1755, Vale de Zebro ficou praticamente destruído e todo o Complexo foi reedificado. São do período pombalino a fachada principal e as Galerias de fornos no interior.
A Escola de Fuzileiros Navais, ali instalada desde 1961, consagrou uma parte do edifício ao Museu do Fuzileiro, onde apresenta uma coleção de objectos sobre a História e a evolução dos Fuzileiros em Portugal.
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Respondia pelo fabrico e destino dos biscoitos para as armadas, navios da índia, conquistas e fortalezas do reino. Fonte: Arqnet
Fazia aquisição dos trigos, cuidava da sua arrecadação e dispunha deles. A proporção que era necessária, a farinha, a qual se entregava, com muitas formalidades e cautelas, aos mestres das masseirias, que, no prazo de vinte dias, quando muito, eram obrigados a restitui-la fabricada em biscoitos.
O almoxarife tinha sob as suas ordens um escrivão, um meirinho, um fiel, um mestre dos fornos, e os biscoiteiros que entendesse necessários. O regimento deste serviu de 22 de Julho de 1653. O almoxarife tinha de ordenado anual 200$000 reis. Em 9 de Maio de 1776 foi extinto este emprego, passando todas as suas atribuições para a Junta da Administração Geral das Munições de Boca.